
Palestras sobre Turismo GLS e Deficiência marcam encerramento do Ciclo Gêneros e Etnias
Palestras sobre Turismo GLS e Deficiência marcam encerramento do Ciclo Gêneros e Etnias
Evento foi sediado no auditório do campus II da FAI
26/03/12, às 00h00
Priscila Caldeira
Respeito à diversidade. Foi com esse intuito que o Ciclo “Gêneros e Etnias” apresentou duas palestras que marcaram o encerramento do evento nesta sexta-feira (23), no auditório Miguel Reale, do campus II da FAI (Faculdades Adamantinenses integradas). A plateia foi formada em sua maioria por alunos e professores do curso de Serviço Social.
Realizado em parceria com a ACGE (Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias da Secretaria de Estado da Cultur) e Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Adamantina, a programação do Ciclo ainda contou com duas exposições no hall do auditório, Homofobia Fora de Moda e Consciência Negra em Cartaz, e com a exibição do curta-metragem “Eu não quero voltar sozinho”.
Nilton Cruz Paiva, membro do Centro de Cultura Memória e Estudos da Diversidade Sexual e primeiro presidente da ABRAT – GLS (Associação Brasileira de Turismo para gays, lésbicas e simpatizantes), apresentou o tema “Turismo GLS”. Ele abordou a segmentação GLS, a economia e a mídia inseridas nas transformações sociais. Apresentou dados do poder de compra de gays e lésbicas, o perfil dos homossexuais e as formas de atendimento sem preconceito.
Paiva afirma que ficou “surpreso” com a receptividade do público. “Para se criar um debate, você tem que chocar de alguma forma. Os dois vídeos que foram passados foram exatamente para isso e foi muito engraçado, porque eu esperava que fossem ter mais pessoas incomodadas na plateia e não houve isso. Houve algumas pessoas, mas como em qualquer lugar que você vai, tem sempre alguém que fica mais incomodado com esse tipo de atitude e não houve isso aqui. Eu senti uma receptividade muito grande”.
A bacharel em Ciências Políticas e Sociais, mestre em Administração na área de gestão e regionalidade, Silvana Gimenes, ministrou a segunda palestra com o tema “Pessoas com Deficiência – rumo à igualdade”. Ela fez a contextualização da evolução da sociedade relacionada à pessoa com deficiência, apresentou a legislação no Brasil, os direitos ao trabalho, à saúde, à educação e a isenções fiscais.
“As pessoas estavam atentas e ansiosas e se reconheciam em algumas situações que eu falava aqui. Então quando você consegue que as pessoas se reconheçam e reconheçam situações no seu cotidiano, você está gerando uma mudança, uma reflexão. Saíram daqui pessoas sensibilizadas a mudar essa realidade, a combater o preconceito, a discriminação. Isso que é importante”, avaliou Silvana.
O professor do curso de Serviço Social da FAI, Lindomar Teixeira Luiz, relaciona a abordagem da diversidade com a atuação do assistente social.
“Um dos elementos importantes do assistente social é ter uma visão de mundo que contemple a inclusão das diferenças, das minorias. À medida que o profissional discute e reflete essas questões em sala de aula há uma grande possibilidade de o trabalho dele surtir mais efeito, no sentido de construirmos uma sociedade com mais consciência acerca dos preconceitos, para que tenhamos práticas para reduzi-los”, frisou Teixeira.
Ele afirma que a superação do preconceito apresenta relação com o fato de estarmos inseridos numa sociedade de mercado.
“Uma sociedade de mercado, à medida que o sujeito é consumidor, ele passa a ser visto de uma maneira diferente. Um exemplo típico é o homossexual, a Parada Gay - como foi colocado - é um evento expressivo no Brasil. O sujeito, por exemplo, pode até ter uma conduta discriminatória, machista, mas se o homossexual está consumindo seu produto, seja na lanchonete, seja no hotel e assim por diante, ele vai arranjar meios de interagir com esse sujeito, ele vai ter que fazer com que seu preconceito seja superado porque ele é um eventual consumidor”, finalizou.